segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sinto a cama fria... Entrelaço-me a mim própria na esperança de me aquecer. Cruzo os braços abraçando-me a mim própria encolho as pernas. Fetal. Desmaio a cabeça na almofada e sinto-a macia. Fico-me em silêncio aguardando a sonolência. De repente um som ruidoso invade a minha cabeça. Desperto. Meu coração fica agitado. As unhas são roídas como forma de libertação. Todos os sons dentro de casa são-me assustadores. Os ruídos da rua transformam-se em tormentos. Tenho medo. Tenho medos! Medo de qualquer dôr.
Sinto que os meus planos não se concretizam. Tenho medo de falhar.
Durante o dia sou uma pessoa forte, uma pessoa lutadora. Anoitece e fico vulnerável e insegura.
Por vezes sinto-me à beira dum abismo, dum poço sem fundo. Confesso que por vezes apetecia-me deixar-me cair para poder descansar... Descansar... Parar por momentos. Deixar o mundo louco por breves instantes e descansar. Mas o pior é que poderia entrar sem poder sair do mundo estranho da minha mente... ↲Disseram-me um dia, um especialista em saúde, que eu poderia sofrer de doença bipolar. Fez-me prometer que iria a um especialista. Não fui. Naquele momento estava era cansada. E o cansaço dá-nos para desabafar. Passou-me atestado por 3 dias. Aproveitei para descansar e não quis pensar em doenças bipolares. Passados 3 dias já tinha recuperado as forças e estava melhor que nunca.
Mas por vezes penso: o que lhe fez pensar que eu poderia ser bipolar? Serei eu bipolar desde criança? Ou sou apenas pensadora? Nao serei apenas inconformada? Revoltada? Não estarei apenas à procura do mundo perfeito? Não desejarei eu apenas compreender um pouco mais o mundo para que consiga entender melhor a mim propria?
O que fazer quando não gostam de mim? O que fazer quando sei que falam mal de mim nas minhas costas? Tentarei agradar? Ou deixar falar? O que sou? Serei o que as pessoas dizem que sou? Estou hoje aqui. Para onde irei a partir daqui? Porque me sinto só a mim? Porque não sou aquele que observo? Pensará e sentirá o outro igual a mim? Falará como eu falo? De que língua são os pensamentos? E os sentimentos?
Tenho medo...

2 comentários:

Anónimo disse...

Não tenha medo, a mim parece-me uma pessoa muito equilibrada, muito pensante sim, mas as pessoas equilibradas pensam e questionam-se muito.
Seja feliz com o seu amor pois, pelo que percebo, é grandioso e muito bonito.

Muita sorte

Dharma disse...

Conseguirei eu ou o Mundo viver e agir sem medo? Não será o medo que, em vez de nos condicionar, faz-nos avançar?
A frase "Medo do desconhecido" não será a mais pura verdade do Ser Humano e ser de facto a nossa energia?
Se não houvesse medo...? Avançaríamos na mesma?
Hum...

Sim, é um Amor grandioso e muito muito bonito. ;-)